NEXO Património Cultural
A utilização de Drones em Património Cultural. Salvaguarda, Registo e Divulgação.
Nas últimas décadas a utilização de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), mais conhecidos por Drones, tem vindo a afirmar-se como uma importante ferramenta na Prevenção, Salvaguarda e Registo do Património Cultural.

Ainda que a captação de imagens aéreas não seja algo propriamente novo, a facilidade com que se percorrem distâncias consideráveis aliada à aquisição de diferentes perspetivas - vistas aéreas de sítios e monumentos - a baixo custo, tem vindo a ser apontadas como algumas das principais utilidades dos drones, para além das vantagens, em termos de rigor e tempo, no registo.
Na fotogrametria de Edificado, a utilização dos drones têm-se revelado um recurso de elevado potencial no registo e produção de modelos tridimensionais.
No campo da Divulgação, o recurso a drones tem vindo a permitir que o Património seja encarado como um Bem de fácil acesso e de reconhecimento público.

A partir dos levantamentos fotográficos podem ainda ser elaborados produtos cartográficos, topográficos, modelos digitais de terreno - de superfície tridimensionais (com extracção das respetivas curvas de nível) - e mosaicos de ortofotos, de alta resolução.

Mais recentemente os drones têm vindo a ser equipados com câmaras de alta resolução o que permite a aquisição de dados com elevada qualidade e rigor, tornando-se numa ferramenta essencial na Deteção Remota e subsequentemente na defesa e salvaguarda do património arqueológico.
Do conjunto de técnicas de deteção remota cuja utilização tem sido mais comum nos últimos anos distingue-se o método de Light Detection and Ranging, utilizado a partir de uma plataforma aérea, pelo que também se denomina de Airborne Laser Scanning (ALS), ou mais vulgarmente conhecido por LiDAR.
Esta técnica consiste em registar a topografia do solo através de um varrimento laser de alta precisão que possibilita o registo de pequenas variações de altitude e, como tal, a observação de microrelevos.
Os dados são posteriormente classificados e processados a fim de se obterem Modelos Digitais de Superfície (MDS), correspondentes aos primeiros retornos, ou Modelos Digitais de Terreno (MDT), gerados através de algoritmos que permitem “remover” os retornos relacionados com o coberto vegetal e que possibilitam uma aproximação à modelação da superfície do terreno.

A análise da informação produzida pode revelar-se de maior interesse para a avaliação do potencial arqueológico, na medida em que permite a identificação, de forma isolada ou através da aplicação de diferentes técnicas de visualização, de elementos que não se encontram visíveis numa primeira instância, em situações caracterizadas por uma cobertura vegetal densa.